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A palavra inspiração tem um significado engraçado. Ela tem uma conotação fisiológica que é referente ao movimento de colocar o ar pra dentro, mas também encontramos outros significados curiosos. Conceitos como “processo de algo que nasce no coração, espirito, pensamento” ou “faculdade criadora”.
Esses são conceitos que não estamos acostumados a ouvir. Estamos mais acostumados àquele conceito que envolve a “influência” – o poder de influenciar algo ou alguém.
Se a gente parar pra pensar, a gente tá sofrendo influência de tudo e de todos desde o momento em que a gente nasce, não? A influência vem diretamente e indiretamente, de todos os lados.
Mas qual o limite entre influenciar e inspirar?
Essa pergunta é ainda mais pertinente nos dias de hoje – porque atualmente, inclusive existe uma profissão de influenciador digital. Este seria alguém cuja carreira é influenciar outras pessoas?
Mas vamos à pergunta original: qual o limite entre influenciar e inspirar?
Conceitualmente e gramaticalmente, não temos essa resposta. Mas a partir de nossa VIVÊNCIA, temos uma resposta muito simples: A INSPIRAÇÃO REQUER PAIXÃO, já a influência, não necessariamente.
Mas deixa eu explicar e usar alguns exemplos: recentemente, passamos no local do acidente do Jesse Koz e do Shurastey (seu cachorro), nos Estados Unidos. Nunca falamos abertamente sobre essa questão, até esse dia.
Nesse dia, abrimos uma exceção às nossas práticas corriqueiras e fizemos uma homenagem no local do acidente. Tanto pro Jesse quanto pro Shurastey. E isso nos tocou de uma forma diferente. Recebemos uma enxurrada linda de mensagens sobre a homenagem e recebemos muitos depoimentos de como esses dois seres os inspiraram.
A partir de tudo isso, a gente observa claramente que toda essa gente enxergou toda a paixão que o Jesse emanava. Estou me referindo à paixão – seja pelo próprio Shurastey; seja pela busca da liberdade; seja pelas pequenas coisas da vida.. essa paixão era notada por todos e todas.
A paixão era notada através do seu dia a dia; nas respostas às pessoas; na resiliência às adversidades… de tantas formas!
Muitas vezes, a gente nem sabe que tá inspirando ou que inspirou alguém.
E paramos pra pensar que tem gente aí que abre perfil nas redes sociais para tornar-se influenciador mas falta o principal ingrediente: a paixão. A paixão torna a influência duradoura. Ela faz com que a influência faça sentido pra quem tá sendo influenciado.
Então, a chave está na paixão: nesse desejo ardente de seguir e acreditar naquilo, APESAR de o mundo inteiro te dizer o contrário. Isso seria, talvez, o que a Hillary Clinton chamou de grandeza de espirito, em um de seus discursos.
E sabe qual é a beleza disso tudo? A beleza está no nosso próprio poder de inspirar os outros e também sermos inspirados pelos outros. Pessoas “comuns” fazem o extraordinário todos os dias. E, muitas vezes, elas passam despercebidas pois, muitas vezes, achamos que a inspiração só pode vir de artistas, celebridades, por alguém que escreveu algum livro ou alguém que dá uma palestra…
No fim, são aqueles que transmitem a sua paixão que inspiram todos os dias. Assim foi com o Jesse e Shurastey, com o Christopher McCandless, Fielding Marshall.. possivelmente você que tá lendo isso também… essas pessoas foram questionadas sucessivamente durante suas jornadas. Ainda assim, a paixão os levava pra frente.


E você já parou pra imaginar a sensação que é ter alguém (que provavelmente você nem conhece) usar VOCÊ como referência para algo? Usar algo seu para ela dar um passo na vida, por exemplo? Consegue enxergar a força que existe nisso?
Pois é aí que tá a beleza nisso tudo! Acaba sendo uma motivação genuína e grátis. E sabe o melhor? O mundo tá cheio disso!
Cerque-se de pessoas que te inspiram e quando encontrá-las, diga a elas porque elas te inspiram. Você nunca saberá quando será sua última oportunidade de dizê-lo e tampouco nunca saberá quando será a ultima oportunidade dela escutar isso de você.
É dito por aí que a gente só enxerga no outro aquilo que que a gente já tem dentro de nós. Portanto, todos ganham com tudo isso – pois você acaba despertando algo que possivelmente, você já tinha dentro de si.