(Leitura estimada em 3 minutos)
Outro dia, assistimos ao filme King Richard, estrelado por Will Smith – o filme conta a história do pai de Serena e Venus Williams. Em resumo, Richard planeja a vida de suas filhas como atletas, em um local e em uma época onde o tênis ainda não é tao popular e disseminado perante o mundo, mas, acima de tudo, é um esporte considerado ainda classista.

Portanto, se você não nasce no meio ou tem poucas condições financeiras, sua participação e envolvimento no esporte tornam-se mais difíceis. E esta era justamente a situação do Richard e de sua família. Sua família não tinha condições financeiras e, por este motivo ele mesmo treinava suas filhas em quadras públicas de bairro dos Estados Unidos.
Richard tinha um plano e uma visão para suas filhas e acreditava nisso com todo seu coração. Ele teve muitos momentos de provação – ele apanhou nas ruas, ele teve que fazer sacrifícios físicos, ele foi duvidado por muita gente e foi questionado por outros tantos… ele tinha tudo pra realinhar seu plano; mudar de ideia e até mesmo desistir.

Richard e sua família superaram muitas dificuldades. Em um certo momento do filme, a família consegue o feito de fechar um contrato com um dos melhores treinadores da época – para treinar Venus Williams, de forma pro-bono. Mesmo durante os treinamentos, Richard não se intimidava e “dava pitacos” às estratégias sugeridas e não recuava àquilo que ele acreditava. Ou seja, sua visão era maior do que tudo aquilo.
Isso é AGARRAR-SE a algo que está dentro de você. Isso é persistir na sua visão. Isso traduz a CORAGEM.
Mas o que esse filme tem a ver com a nossa viagem? Vamos falar da tal da CORAGEM?
Estamos falando sobre a coragem de dar o primeiro passo? De largar tudo e sair?
NÃO; E NÃO!
Estamos falando da coragem de persistir. Mesmo que o mundo todo te diga para voltar; mesmo que você se sinta incomodado por não estar mais confortável no seu dia a dia – você deixa de estar no quentinho do seu sofá, assistindo uma série preferida, ou até estudando nos fins de semana ou indo para o seu barzinho preferido com os amigos depois do trabalho..

Você agora está enchendo galões de água para não faltar no caminho; você agora está cozinhando num fogareiro a gás de apenas uma boca; você agora está pensando em formas de economizar na comida, sem perder a qualidade nutricional; você agora está vivendo com 10 pares de roupas; você agora pede mais ajuda do que antes….
Mudar o plano torna-se uma ideia muito interessante quando as dificuldades começam a aparecer. E acreditem, elas aparecem! Assim como apareceram para o Richard, elas também apareceram para nós. Mas é justamente aqui que está a linha tênue por onde passa a coragem.
(nosso processo de partida – saída do trabalho e saída do nosso apartamento em São Paulo)
Ela aparece para você persistir. Eu demorei para me dar conta disso, mas, para você insistir em algo que é maior que você mesmo, você necessariamente precisa se desapegar da pessoa que você “costumava ser” – muita gente vai te ver de uma maneira que eles nunca te viram antes. As dificuldades vão preocupar aqueles que estão mais próximos de você e, juntando tudo isso, as perguntas que geram dúvidas vão começar a aparecer: “pra que enfrentar tudo isso?”; “tem certeza que é isso que vocês querem?”; “não tem outra forma mais fácil?”; e por aí vai…
Lembre-se: dar o primeiro passo não vai exigir muito de você. O que vai exigir CORAGEM de você é PERSISTIR.
Aos poucos, vamos naturalizando o processo da persistência. O caminho, principalmente em seu começo, não parece bonito. Pelo contrário, ele parece penoso e desafiador. Ele assusta. E ele definitivamente não é confortável.
Muitas vezes me pergunto: a gente gosta muito de ver este tipo de história nos filmes, nos livros… mas a gente não gosta de vivê-las na vida real, não é mesmo? A gente se inspira no outro mas a gente se distancia do processo. A gente se inspira na tela de cinema e a gente acha aquela realidade tão distante da nossa. Tudo é tão bonito nos filmes – o processo de crescimento e de evolução tem um ar glamuroso quando contado por outros mas quando vivido por nós, ele é duro e nublado.





(nossa jornada)
E é justamente este ar “pesado” que temos que remover deste processo. Pois esta jornada é necessária e fará parte de uma bonita história de inspiração para o mundo.
A vida requer movimento e este movimento requer CORAGEM.